Grande produtor de alimentos como carne, soja e café, o país poderá expandir suas vendas para o bloco europeu se as tarifas de exportação sobre os produtos forem zeradas ou reduzidas. Acordo foi anunciado nesta sexta-feira após a reunião dos líderes dos blocos em Montevidéu, no Uruguai.

Por Redação g1

06/12/2024 10h12  Atualizado há uma hora

O agro brasileiro deve ser um dos setores mais beneficiados no acordo de livre comércio entre União Europeia e o Mercosul, anunciado nesta sexta-feira (6).

Grande produtor de alimentos como carne, soja e café, o país poderá expandir suas vendas para o bloco europeu se as tarifas de exportação sobre os produtos forem zeradas ou reduzidas.

E esse também é dos principais pontos que fazem com que produtores de alguns países da Europa, sobretudo franceses, pressionem seus países para serem contra o acordo.

Segundo especialistas ouvidos pelo g1, eles temem perder mercado com o aumento da concorrência com alimentos brasileiros.

A tensão chegou a gerar estresse na relação entre o governo e agricultores brasileiros e algumas empresas com sede na França, como Carrefour e Danone, cujos executivos anunciaram medidas restritivas que atingiam produtos do Mercosul ou especificamente do Brasil.

Afinal, o que está em jogo para o agro brasileiro?

União Europeia representa, hoje, o segundo maior mercado importador do agronegócio brasileiro, atrás apenas da China. No ano passado, o bloco recebeu 12,93% dos produtos exportados pelo Brasil, totalizando US$ 21,5 bilhões, segundo informações do Ministério da Agricultura e Pecuária.

Alguns dos pontos do acordo UE-Mercosul relativos ao agronegócio são:

  • a UE vai isentar de tarifas 82% das importações agrícolas do Mercosul;
  • produtos agrícolas brasileiros, como suco de laranja, frutas, café solúvel, peixes, crustáceos e óleos vegetais terão tarifas eliminadas;
  • exportadores brasileiros também terão preferência na venda de carnes bovina, suína e de aves, açúcar, etanol, arroz, ovos e mel;
  • alguns produtos ficarão sujeitos a um valor estabelecido por cotas, entre eles a carne bovina, a de aves, a de porco, o arroz e o mel;
  • UE e Mercosul se comprometem a implementar efetivamente o Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas, que inclui, entre outros assuntos, combate ao desmatamento e redução da emissão de gases do efeito estufa;
  • segundo a UE, não haverá mudanças nos padrões de segurança alimentar e saúde animal do continente – ou seja, o bloco continuará podendo barrar a entrada de produtos que não se enquadrem aos requisitos locais.
  • diversos produtos, do Mercosul e da Europa, serão reconhecidos em ambos os blocos pela sua origem: é a chamada indicação geográfica. Na prática, ela serve garantir que esses itens típicos de um país não sejam reproduzidos em outros países, ou seja, ficam protegidos de imitações. Na primeira lista, de 2019, entre os produtos brasileiros com indicação geográfica estavam a cachaça, o queijo Canastra, a linguiça Maracaju e o café Alto Mogiana.



    Referência: https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2024/12/06/acordo-ue-mercosul-o-que-esta-em-jogo-para-o-agro-brasileiro.ghtml

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