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Objetivo é garantir sustentabilidade da companhia a longo prazo. Operação de rotas e venda de passagens seguem normalmente.
A Voepass Linhas Aéreas, empresa com sede em Ribeirão Preto (SP), anunciou nesta segunda-feira (3) que entrou com um pedido na Justiça para reestruturação financeira. No comunicado, a empresa mencionou problemas de orçamento depois do desastre aéreo que matou 62 pessoas em Vinhedo, na região de Campinas (SP), em agosto de 2024.
Segundo a companhia, o objetivo é fortalecer o capital do grupo e garantir a sustentabilidade das operações a longo prazo.
O pedido, de acordo com a empresa, não interfere nas operações das atuais rotas e nas vendas de passagens, que seguem normalmente, nem engloba processos indenizatórios decorrentes do acidente – que estão a cargo de uma seguradora – e obrigações salariais junto a funcionários.
“A companhia ressalta que seguirá priorizando salários e benefícios dos colaboradores normalmente ao longo desse processo e que as atividades serão mantidas; assim como cumprirá com os pagamentos pelos serviços prestados e produtos entregues a partir da data deste processo”, comunicou.
Reestruturação financeira
Desde o ano passado, a companhia aérea, que já foi considerada a quarta maior do país, vem realizando uma série de mudanças, como o término das operações com destino ao Sul do país, em outubro, além da demissão de diretores e alterações no comando, em setembro.
Segundo a Voepass, o pedido de tutela preparatória pela reestruturação financeira que acaba de ser anunciado visa reorganizar as dívidas, bem como o fluxo de caixa.
Na nota, a Voepass informa que, até 2024, contava com saúde financeira para seguir com seu programa de expansão em todo o país, o que foi impactado pelo desastre aéreo em Vinhedo.
Anteriormente, segundo a empresa, o mercado da aviação civil já vinha enfrentando dificuldades decorrentes dos efeitos da pandemia da Covid-19.
“A medida é um caminho importante para que a empresa continue honrando compromissos com seus passageiros, colaboradores, parceiros e credores.”
Desastre aéreo
O ATR-72 da Voepass caiu em Vinhedo, interior de SP, no dia 9 de agosto. Os quatro tripulantes e 58 passageiros morreram. O acidente é o maior da história da aviação brasileira desde a tragédia da TAM, em 2007, no Aeroporto de Congonhas, que deixou 199 mortos.
O avião seguia de Cascavel para Guarulhos (SP). Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), o voo ocorreu dentro da normalidade até as 13h20, mas a partir das 13h21 a aeronave não respondeu às chamadas da torre de São Paulo, bem como não declarou emergência ou reportou estar sob condições meteorológicas adversas. “A perda do contato radar ocorreu às 13h22”.
Em setembro, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), vinculado à Força Aérea Brasileira (FAB), disse que os pilotos comentaram sobre um problema no sistema antigelo logo no início do voo.
O Cenipa divulgou um relatório preliminar sobre os motivos da queda do avião. Uma das principais linhas de investigação é como a formação de gelo afetou o desempenho da aeronave e as ações da tripulação. Havia formação de gelo severo no local. Outras linhas analisam fatores humanos e operacionais.
A Voepass afirmou, em nota divulgada após a apresentação do relatório do Cenipa, que o documento concluiu que o avião estava com a documentação em dia e a tripulação devidamente apta a voar. Afirmou ainda que somente o relatório final poderia apontar, de forma conclusiva, as causas.
Referência: https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2025/02/03/voepass-anuncia-pedido-de-reestruturacao-financeira-apos-desastre-aereo.ghtml