16 dez. 2024, 11:03
A mineradora Samarco, que tem como sócias Vale e BHP, concluiu mais uma etapa em seu plano de retomada operacional, nesta segunda-feira (16), com a reativação do concentrador 2 e a implementação de mais uma unidade de filtragem de rejeitos no complexo de Germano (MG). A companhia também espera obter aval da Justiça e dos administradores judiciais para sair da recuperação judicial.
Com reativação do concentrador 2, a Samarco vai alcançar produção de 15 milhões de toneladas de pelotas e finos de minério em 2025. Esse volume é o dobro da produção que a companhia obteve quando retomou suas atividades em 2020.
Após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), que causou a morte de 19 pessoas e um desastre ambiental sem precedentes, a Samarco ficou com as atividades paralisadas por cinco anos.
Atualmente, a Samarco opera com 60% da capacidade instalada, o que corresponde a 9 milhões de toneladas por ano. O presidente da Samarco, Rodrigo Alvarenga, diz que a produção neste ano deve ficar entre 9,3 milhões de toneladas e 9,4 milhões de toneladas de pelotas, por conta da reativação da usina de pelotização, no Complexo de Ubu (ES), em agosto.
A Samarco investiu R$ 1,6 bilhão na atualização tecnológica da usina de pelotização 3 e do concentrador 2. O complexo de Germano também conta com uma unidade nova de filtragem de rejeitos para empilhamento a seco, o que aumenta a segurança da operação e permite o reúso da água na operação.
“A perspectiva agora é começar a rodar a segunda linha de produção e fazer a aceleração até março de 2025 para chegar a 15 milhões de toneladas por ano”, afirma Alvarenga. A próxima etapa será atingir 100% da capacidade produtiva instalada até 2028, com a retomada da operação do concentrador 1, em Germano, e das usinas de pelotização 1 e 2 em Ubu, além da construção de uma planta de filtragem em Minas Gerais.
Alvarenga diz que menos de 2% da produção ficam no mercado brasileiro, quase toda a produção é exportada, tendo como principais destinos Américas, Europa e Japão. O executivo acrescenta que, ainda que o mercado internacional apresente incertezas, a Samarco vai manter inalterado o plano de retomada gradual da operação aprovado com os credores.
“Temos um produto de altíssima qualidade com custo competitivo”, observa Alvarenga. O custo de produção está entre US$ 50 e US$ 53 a tonelada, segundo a companhia.
Nos nove primeiros meses do ano, a Samarco registrou produção de 6,9 mihões de toneladas de pelotas e finos de minério, volume estável em relação ao mesmo período de 2023. As vendas recuaram 3% na mesma base de comparação, para 6,5 milhões de toneladas.
No terceiro trimestre, a produção aumentou 23%, para 2,5 milhões de toneladas. A receita recuou 9%, para US$ 290,1 milhões, resultado da queda nos preços do minério de ferro e das pelotas no período e do aumento do estoque para dar suporte à futura capacidade de produção e vendas aumentadas. O lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) recuou 10%, para US$ 156,2 milhões.