12 dez 2024, 9:41 – atualizado em 12 dez 2024, 9:41
Na quarta-feira (11), o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic em 1 ponto percentual. Com isso, a taxa básica de juros deixa o patamar de 11,25% e vai para 12,25% ao ano — contrariando as projeções do início de 2024, que giravam em torno de 9%.
O reajuste na taxa fez o Brasil voltar a ter a segunda maior taxa de juros reais do mundo. Um levantamento realizado pelo MoneYou aponta que, agora, os juros reais do país ficaram em 9,23%. A liderança segue com a Turquia, que possui 13,33% de juros reais.
“O cenário para a alta de juros foi catalisado pela questão fiscal, baixa qualidade do pacote de cortes de gastos e da comunicação do governo, forte desvalorização cambial e elevação das pressões inflacionárias, especialmente com alta de alimentos deterioração das expectativas e da qualidade dos núcleos inflacionários”, destaca Jason Vieira, economista do Money You.
O que são juros reais e como ele impacta o brasileiro
Os juros reais mostram quanto um investimento realmente rende, descontando a inflação. Para calcular, é só pegar a taxa nominal (Selic) e tirar a expectativa do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) prevista para os próximos 12 meses. Esse número revela o quanto seu dinheiro “ganha de verdade”, já que considera o quanto a inflação “come” do seu rendimento.
Nem sempre o Brasil liderou o ranking de países com os maiores juros reais. Em 2018, por exemplo, essa taxa era de apenas 2%. Naquela época, a Selic estava em 6,5% e a inflação em 3,75%.
Mas o impacto dos juros reais no dia a dia pode ser positivo ou negativo, dependendo da situação. Quando está alto, o Brasil fica mais atraente para investidores estrangeiros, que buscam países onde o dinheiro rende mais. Isso faz entrar mais dólares no país, o que reduz o valor da moeda americana.
Dependendo do lado que se olha, ter um juro real alto pode ser bom ou ruim. Por um lado, o país pode ter um maior fluxo de dólar porque o sonho dos investidores é rentabilidade alta e tendem a se aventurar em países com um juro real robusto.
Esse dólar mais barato ajuda não só quem quer viajar, mas também a economia como um todo. O Brasil importa muitos produtos e matérias-primas. Com o câmbio mais baixo, esses itens ficam mais baratos, o que reduz os custos de produção e ajuda a segurar a inflação.
Por outro lado, juros reais altos também têm um efeito de freio na economia. Quando os juros sobem, pegar empréstimos fica mais caro. Isso desestimula o consumo das famílias e reduz os investimentos das empresas. Resultado: a economia cresce menos.
Referência: https://www.moneytimes.com.br/com-selic-em-1225-brasil-volta-a-ter-2o-maior-juro-real-do-mundo-o-que-isso-significa-e-como-impacta-o-seu-bolso-jals/